Inspiração



Um bocadinho de mim em palavras soltas, libertas pela digitalização da mente.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Há dias assim... como diz Marc Levy




" Há dias iluminados por pequenas coisas, pequeninos nadas que nos tornam incrivelmente felizes; uma tarde a comprar antiguidade, um brinquedo antigo que encontramos num ferro-velho, uma mão que agarra a nossa mão, um telefonema de que não estávamos à espera, uma palavra doce, o filhos que nos abraça sem pedir outra coisa senão um momento de amor. Há dias iluminados por pequenos instantes de graça, um cheiro que nos enche a alma de alegria,um raio de sol que entra pela janela, o barulho de uma chuvada quando ainda estamos na cama, ou a chegada da Primavera e dos seus primeiros rebentos"

E acrescenta sabiamente...

"Há dias feitos de pequenos nadas, dias de que nos lembramos tempos depois, sem que possamos saber porquê."

In "O primeiro dia" Marc Levy

Hoje é um dia assim... Um dia em que a tua lembrança apenas traz coisas boas...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Opinião "O primeiro Dia" Marc Levy


Sinopse:


Um objecto misterioso encontrado num vulcão adormecido vai mudar para sempre a vida de Adrian e Keira. Juntos embarcarão numa aventura extraordinária que os levará das margens do lago Turkana, no coração de África, até às montanhas da China, em busca da resposta a uma das perguntas ancestrais da humanidade: como começou a vida na Terra?


Opinião: 

Marc Levy é considerado o autor francês mais lido em todo o mundo e este romance atesta o porquê da escolha de milhares de leitores.

Em “O Primeiro Dia”, Levy conjuga paleontologia, astrofísica e amor numa receita irresistível que prende o leitor do princípio ao fim. Ao longo da narrativa vamos conhecendo Keira e Adrian, personagens principais desta história, e é durante a sua busca pelo esqueleto do primeiro homem e pela descoberta do sítio onde começa a aurora, que vamos ficando entrelaçados na história do casal, misturando sentimentos profundos com conhecimentos sobre os nossos antepassados e sobre a vastidão do universo que nos rodeia. Concentrando todo o “plot” na descoberta do significado de uma jóia que Keira possuía, Levy leva-nos numa viagem trepidante e perigosa por países como Grécia, China, França e Inglaterra. Dando-nos todas as provas do seu talento descritivo, o autor encanta-nos com os relatos vívidos de paisagens luxuriantes, que nos transportam para junto das personagens e nos fazem viver cada movimento dos mesmos.
Um livro que recomendo a todos os que gostam de romance aliado com uma imensidão de cultura geral e deixando o cheirinho da literatura de viagens no ar.

Melhor personagem: Adrian. O personagem principal deste livro e também narrador, é sem dúvida a personagem mais bem conseguida. Consistente desde o inicio, Levy traça-nos com palavras o rosto e a personalidade de um homem que reconhecemos como alguém real e quase palpável. Um homem que poderíamos encontrar numa biblioteca perdida no meio de Londres, ou nos alfarrabistas do mercado de Camden. Em duas palavras: Inteligente e Romântico.

Ponto Positivo: O facto de ao longo de todo o livro termos quase uma aula de astrofísica e de paleontologia, além de considerações sobre a importância de Deus na vida do ser humano torna o livro mais rico e interessante.

Ponto Negativo: A péssima tradução! Em cada página podem encontrar-se erros crassos de tradução que desvirtuam em muito a qualidade do texto original. Para quem entende francês aqui fica o conselho: Marc Levy é muito melhor lido na sua língua original.

Melhor trecho:

"Ficarei aqui contigo, meu amor, até ao fim fico aqui ao pé de ti, até ao fim e mais ainda. Nunca te deixei. Abracei-te e beijei-te quando as águas do rio Amarelo nos engoliram e te dei o derradeiro sopro da minha respiração. Esse ar dos meus pulmões era o teu ar. Fechaste os olhos quando a água cobriu as nossas faces ;conservei abertos os meus olhos até ao teu último instante de vida. Eu tinha partido em busca de respostas para as minhas perguntas de menino, e fizera-o no mais profundo do Universo, nas estrelas mais longínquas, e tu estavas lá, estavas lá ao meu lado. Sorriste, os teus braços prenderam-se em volta dos meus ombros e eu não senti nenhuma dor, meu amor. Depois o teu abraço desfez-se, e foram esses os meus últimos instantes de ti, as minhas últimas recordações, meu amor, perdi a consciência quando te perdi."


Classificação (1-10) - 8