Inspiração



Um bocadinho de mim em palavras soltas, libertas pela digitalização da mente.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Título Original: The Year of Fog


Autor: Michelle Richmond

Editora: Editorial Presença

Colecção: Grandes Narrativas, nº474

Tradução: Maria João Ferro

Data 1ª Edição: 20/07/2010

Sinopse:
 Uma mulher e uma criança passeiam na praia, numa fria manhã de Verão. O nevoeiro é tão denso que a visibilidade não ultrapassa alguns metros. A criança, irrequieta, solta-se por momentos da mão da mulher e não volta a ser vista. Fazem-se repetidas buscas, mas decorrem dias, semanas, meses e não se encontra rasto da menina desaparecida. Uma história pungente, escrita da perspectiva de uma mulher que, por uma desatenção de segundos, se torna responsável pelo desaparecimento da filha do homem que ama.


Opinião:

Com uma linguagem fácil e cativante, Michelle Richmond traz-nos a história de desespero de Abby, que num momento de distracção visual, perde de vista a filha do seu noivo, Emma, e ela desaparece. Misturando a busca incessante do casal com vislumbres do complexo mundo da fotografia e tocando nos segredos da memória, a autora estimula o nosso conhecimento e deixa-nos expectantes por aquilo que virá a seguir.


"O Ano do Nevoeiro" é um relato vivido do desespero de todos os pais que passaram pela experiência traumatizante de perder um filho. O passar dos dias a conta- gotas, a sensação de impotência e o desgaste emocional são descritos habilmente, com a dose certa de dramatismo, sem exageros ou falsas pretensões de impressionar mais do que o necessário e é isso que faz com que o leitor fique com o coração apertado e sinta o desejo premente de ajudar na busca de Emma.


Contrabalançando a tensão pintada em cada página, Richmond oferece-nos um final diferente do que acontece na maioria dos casos da realidade, mas apesar do cheiro a milagre que fica no ar, a autora não deixa de nos passar a mensagem que a dor da perda deixa cicatrizes profundas que transformam a vida de modo indelével.


Um livro forte e sentimental que nos desenha o amor de uma forma muito mais abrangente. Um tributo a todos os que já passaram pela mesma dor.

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