Inspiração



Um bocadinho de mim em palavras soltas, libertas pela digitalização da mente.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Amo-te assim


Queria gostar de ti devagar, com languidez e deleite, ternura e comedimento. Como nos livros que me ensinaram a ler. Com a condição de “senhora”, ligeira nos seus gestos, morna nas suas entranhas.
Mas a vida não me ensinou a amar assim. Amo-te sofregamente, com uma fome em nada mediana, um desejo absurdo de me fundir em ti, sem palavras pelo meio a atrapalhar o fulgor dos suspiros trocados.
Quebras-me os padrões, as amarras cristalinas e tão bem delineadas daquilo que nos envolve. Levas-me ao limite do absurdamente e irrevogavelmente apaixonada e mesmo assim em ti sou mais livre, mais completa, mais eu. É na posse de te poder gostar sem predefinições que me sinto mais leve, mais aventureira, mais feliz. Com a aceitação deste misto de sentimentos selvagens que me tomam o corpo ao mais leve toque da tua pele deixo-me ir sem medos. És o fogo que preciso para queimar o combustível que me faz mover. Dança intempestiva misturada com passos vagarosos em direção a ti. 

(Com a inspiração de D. Teresa de Távora, deliciosamente descrita pela maravilhosa Sara Rodi)

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